Desta forma, garantem que o produto se mantém seguro durante todo o período de utilização.
Apesar de indispensáveis em muitas formulações, os conservantes continuam a ser alvo de debates e controvérsias entre consumidores, profissionais de saúde e a própria indústria cosmética.
Afinal, o que é verdade e o que é mito quando falamos de conservantes?
Mitos mais comuns sobre conservantes
Todos os conservantes fazem mal à saúde: Nem todos são iguais. Alguns foram descontinuados por apresentarem riscos, mas os que continuam autorizados na União Europeia são submetidos a avaliações rigorosas de segurança. Como em qualquer ingrediente, a dose faz o veneno: dentro dos limites regulamentares, não existem evidências de que provoquem danos à saúde.
Produtos “sem conservantes” são mais seguros: A ausência de conservantes não significa maior segurança. Pelo contrário: um produto não protegido pode desenvolver microrganismos nocivos. Um creme contaminado pode causar infeções cutâneas, irritações e até complicações graves em pessoas com maior fragilidade imunológica.
Os parabenos são perigosos e devem ser evitados: Os parabenos são provavelmente o grupo de conservantes mais controverso. A sua má reputação surgiu após estudos que sugeriram uma possível ligação com problemas de saúde, como irritações cutâneas, disfunções endócrinas e cancro da mama. Contudo, embora alguns resultados laboratoriais em animais e testes in vitro tenham apontado riscos, os especialistas consideram que essas condições de exposição não refletem a realidade do uso humano. Estudos posteriores demonstraram que, nas concentrações autorizadas, os parabenos apresentam um perfil de segurança adequado.
As verdades importantes sobre os conservantes
· Os conservantes são regulados por lei, tal como todos os ingredientes presentes em produtos cosméticos – Na União Europeia, apenas substâncias presentes no Anexo V do Regulamento (CE) n.º 1223/2009 podem ser usadas como conservantes. Cada uma delas tem limites máximos de concentração estabelecidos.
· Alguns parabenos são permitidos e seguros quando utilizados de acordo com o Regulamento (CE) nº1223/2009. Considerando o facto de que todos os produtos cosméticos devem ser seguros, a alegação ‘livre de parabenos’ é proibida porque denigre todo o grupo de parabenos.
· Nem todos os produtos cosméticos necessitam de conservante. Produtos sem água (óleos, bálsamos), com pH extremo, à base de álcool, em embalagens de uso único ou produtos em pó seco apresentam baixo risco microbiológico e podem dispensar conservantes.
· Formulações suscetíveis a contaminação microbiológica são sujeitas ao Challenge Test, um ensaio laboratorial que comprova a eficácia do sistema conservante.
Os conservantes não são inimigos do consumidor — são aliados da segurança. Estão presentes para proteger a saúde da pele, são cuidadosamente avaliados antes de autorizados e apenas se tornam problemáticos quando utilizados de forma incorreta ou em concentrações superiores ao permitido.
Tal como fragrâncias, óleos essenciais, ou outros ingredientes, também os conservantes podem causar reações alérgicas em pessoas particularmente sensíveis. Contudo, esses casos são excecionais, reversíveis e devem sempre ser comunicados.